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27 Ago
FENAG debate com ex-presidentes da Caixa o futuro do banco
Ontem
(25), à noite, o presidente da FENAG, Mairton Neves, participou da live
histórica com seis ex-presidentes da Caixa desde 1992, numa discussão virtual acerca
do futuro do banco público, com lideranças de entidades representativas de
empregados da Caixa.
Danilo de
Castro (1992/1994); Jorge Mattoso (2003/2006); Maria Fernanda Coelho
(2006/2011); Jorge Hereda (2011/2015); Miriam Belchior (2015/2016) e Gilberto
Occhi (2016/2018) assinaram uma carta pública em defesa do banco (leia abaixo).
Nelson de Souza declinou sua participação por motivações profissionais.
Além de Mairton, estiveram presentes, Anna Claudia de
Vasconcellos - Advocef, Geraldo Aires - Aneac, Marcelo Silveira - AudiCaixa, e
Giuliano João Paulo da Silva – SocialCaixa que também se manifestaram em defesa
da Caixa e contra a Medida Provisória nº 995/2020.
“Este é um momento
histórico da nossa empresa. Estamos sendo atacados como nunca, mas tê-los conosco
e ouvi-los nos fortalecem mais. Aproveito para chamar os colegas a darem as
mãos, pois a Caixa é um banco com alma, mas o corpo está prejudicado com os
ataques sofridos”, lamentou Mairton, “somos um corpo, uma alma e apelo a cada
economiário falar a sociedade para perceber a importância do banco a todos os
brasileiros e termos um corpo íntegro e com vitalidade para seguir nos próximos
159 anos”.
A FENAG
transmitiu a live ao vivo em sua fanpage alcançando mais de 6,1 mil
visualizações nas cinco regiões do país em quase duas horas e meia de duração
(mesmo paralela às assembleias relativas à campanha salarial de 2020 da
categoria). A representante eleita dos empregados no Conselho de Administração
da Caixa, Rita Serrano, promoveu e intermediou na série “O X Da Questão” que pauta pontos acerca do banco e seus
funcionários.
Danilo de Castro, que
presidiu a instituição de 1992 a 1994, relembrou tê-la assumido na etapa de
maior dificuldade da história da Caixa, coincidindo com a demissão massiva em
represália aqueles que aderiram à greve e a proposta de privatização do então ministro
da Fazenda, Itamar Franco, para solucionar a suspensão dos pagamentos dos
contratos habitacionais durante um ano: “conseguimos
recuperá-la com um esforço imenso. Hoje, nós, empregados, clientes e população,
temos de trabalhar contra a MP 995/2020 para impedir que destruam o tesouro do
Brasil, que tem um futuro promissor no mercado para ter respaldo na sua função
social”.
Jorge Mattoso, presidente
da Caixa entre 2003 e 2006, lamentou as investidas do governo atual para
garantir a privatização do banco público e não usá-la para assistir à população.
“Os desafios de hoje são extraordinários,
agravados com o teto de gastos, mas nos é uma oportunidade única de repensarmos
a Caixa acerca de tudo o que somente ela tem capacidade de realizar no presente
e no futuro para assegurar o acesso ao crédito para a retomada do progresso”,
defendeu ele, “todos os brasileiros têm o
papel de evitar a privatização que comprometerá muitas outras instituições”.
Maria Fernanda Coelho, primeira presidenta
mulher do banco, no período de 2006 a 2011, recordou que
atuar na Caixa permitiu se sensibilizar com as verdadeiras necessidades dos
brasileiros que foram tão bem supridas graças ao sucesso de estratégias de
acesso ao crédito. “Apenas existe uma
única condição para o processo de retomada da economia e de recuperação da
crise: pensar em políticas públicas que reduzam a desigualdade social”, ressaltou.
Jorge Hereda, na presidência do banco entre os anos
de 2011 e 2015, também afirmou compreender o papel importante da
Caixa ao assumir como vice-presidente de Habitação, dado o elevado nível de
competência, esforço e compromisso: “Nada se compara a Caixa, que, muito mais que um simples banco; é um agente de execução de
políticas públicas e um instrumento para erradicar as desigualdades sociais. Os
empregados se sensibilizam com o país e com as pessoas. Tudo o que já se foi pedido à Caixa, ela
entregou. Não será mais possível afirmar
sua inutilidade após a pandemia”. Hereda igualmente defendeu o banco
público na concessão de crédito, o que aborrece a concentração dos bancos
privados por ser possível regular esse mercado. “O futuro da Caixa está ligado ao Brasil. Precisamos ser resistentes e
nos mobilizar contra a MP 995, que coloca não apenas o banco público em risco,
mas o país”, concluiu.
Miriam
Belchior, presidenta da Caixa em 2015 a 2016, foi enfática ao
afirmar que o banco público possui funções que aqueles do mercado não se
dispõem a cumprir, como o pagamento do Auxílio Emergencial, destacou o diferencial
da Caixa como braço de operação de políticas públicas dos governos federal, dos
estados e municípios e criticou a MP 995 e o programa habitacional recém-lançado: “entregar o patrimônio do Brasil a estrangeiros sem aprovação do Congresso é
assinar um cheque em branco. Dezenas de entidades e partidos políticos já
entraram com Ação Direta de Inconstitucionalidade – Adin no Supremo Tribunal
Federal. A luta será árdua, mas se nos articularmos, vitoriosa. É preciso
conceder subsídios ainda maiores para viabilizar o programa”.
Gilberto Occhi, sucessor de Miriam até 2018,
foi contra o banco se tornar Sociedade Anônima com Rita Serrano, e acredita
haver uma busca silenciosa de enfraquecimento da Caixa ao alienar a Lotex, excluir
as “raspadinhas”, mudar emendas parlamentares e reduzir a remuneração da
administração do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, do qual a
centralização permitiu transparência e tranquilidade aos trabalhadores. “A venda do maior valor no banco, o seguro de
financiamento habitacional, que poderia ter ido a leilão, faltou cristalinidade.
Todo governo sonha em ter a tranquilidade de suas estatais obtendo resultados
positivos, como a Caixa que tem lucros recordes a cada ano”, protestou, “a Caixa possui ativo enorme a ser explorado
assim como o Brasil tem um mercado interno a explorar. Por que não desenvolver
as potencialidades em seguros, cartões e loterias para garantir
sustentabilidade? Temos de alinhar o papel social da Caixa às oportunidades que
surgem”.
Rita afirmou que a Caixa é de todos os
cidadãos brasileiros: “mesmo com o
advento do banco digital, seus empregados se superaram mais uma vez e ainda
atendem metade da população brasileira, porque tem no seu DNA a missão pública
no sentido mais nobre da expressão. A eles, dedico esta live que reúne mais de cinco
décadas de história da Caixa”.
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