Hoje, 19 de julho, é uma data que jamais podemos deixar cair no esquecimento. A triste lembrança da morte do colega Sérgio Ricardo Faustino Batista completa hoje dois anos.
Sérgio Ricardo era Diretor de Controles Internos e Integridade da CAIXA, área responsável pelo recebimento de denúncias, inclusive as relacionadas a assédio moral e sexual.
De acordo com matéria publicada pelo Metrópoles, em 19/10/2022, o responsável pela investigação, delegado Alexandre Godinho Ribeiro, concluiu tratar-se de suicídio. “As provas carreadas aos autos demonstram que Sérgio Ricardo Faustino cometeu o suicídio ao se precipitar do 7º andar do edifício onde trabalhava”.
A tragédia aconteceu em meio a uma crise instalada na CAIXA, a partir das denúncias de assédio sexual praticado pelo ex-Presidente Pedro Guimarães, que vieram ao conhecimento público. A morte do colega Sérgio gerou uma grande comoção no quadro de empregados da CAIXA, que já estavam vivendo momentos tensos em virtude do surgimento de inúmeras denúncias de assédio estrutural na empresa.
No dia 21/07/2022, o então presidente da FENAG, Mairton Neves, participou de uma entrevista, no Canal UOL, onde falou sobre as denúncias de assédio moral e sexual na CAIXA. Em sua fala, Mairton destacou a inércia da empresa em dar respostas e criticou o modelo de gestão adotado pelo banco que tem adoecido a categoria, principalmente durante a pandemia, com cobrança de metas abusivas e inalcançáveis. Também falou sobre a ação que a FENAG havia ingressado contra a CAIXA, na Justiça do Trabalho, em 22/10/2020, pela prática de assédio moral. “O que nós vínhamos denunciando todo esse tempo se configurou na pior das hipóteses, com prejuízos para a vida de muitos colegas, prejuízos financeiros e para a imagem institucional da empresa. Tudo isso poderia ter sido evitado se lá em 2020, quando trouxemos esse tema, a empresa tivesse dado atenção devida e tomado as providências que mereciam ter sido tomadas naquele tempo”, concluiu em sua fala.
Na ação a que Mairton se referiu, saiu recentemente a sentença e a CAIXA foi condenada. Esse fato se tornou um marco na atuação da FENAG, na defesa de todos os colegas da CAIXA, contra a prática de assédio moral e sexual.
É importante também destacar que, no dia 30 de agosto de 2018, a FENAG lançou a campanha nacional ASSÉDIO MORAL – A DOR INVISÍVEL É A MAIS CRUEL, com o lançamento de uma cartilha sobre o tema e uma agenda nacional de divulgação e discussão, pois, desde sempre, há uma grande preocupação da FENAG e AGECEFs de todo o País com a prática do chamado Assédio Estrutural na CAIXA.
Nos anos que sucederam a campanha houve um agravamento dessa prática na empresa, principalmente durante a gestão de Pedro Guimarães, onde o nível de adoecimento cresceu vertiginosamente, com o afastamento de muitos colegas do ambiente de trabalho.
A partir da gestão de Rita Serrano, a CAIXA assumiu uma série de compromissos para o combate à prática do assédio moral e sexual na empresa, reverberadas em todas as falas e diretrizes disseminadas por meio da alta gestão. Infelizmente ainda não houve tempo suficiente para se instalar uma nova cultura organizacional, visto que precisa, ao menos, de três anos de ações, atuação e engajamento da gestão e, por conseguinte, de todos os empregados.
O Presidente da FENAG, Marconi Apolo, apresentou aos órgãos estatutários da Federação uma proposta de inclusão da data de 19 de julho como o Dia Nacional de Combate ao Assédio na CAIXA, no calendário da entidade.