NOTÍCIAS
14 Mai
Ex-conselheiros eleitos da FUNCEF defendem a manutenção dos representantes dos participantes na Fundação
Diante do impasse nas eleições da Fundação dos
Economiários Federais – FUNCEF, para representantes dos participantes nos
Conselhos Deliberativo e Fiscal, sob a alegação de conflitos de interesses dos
candidatos das duas chapas inscritas, “DEBATENDO FUNCEF EM 15 MINUTOS” entrevistou
o ex-conselheiro deliberativo eleito da Fundação de 2012 a 2016, Antônio Luiz
Firmino; e o ex-conselheiro fiscal também eleito que presidiu o CF de 2010 a
2014, Carlos Leite.
Ambos
defenderam veemente a necessidade da figura dos membros eleitos pelos
participantes nos dois colegiados para manter a governança e a transparência na
FUNCEF.
O
papel dos integrantes eleitos nos Conselhos da Fundação
Militante
do movimento dos empregados da CAIXA, onde trabalhou por 31 anos, Firmino afirmou
que os três conselheiros eleitos são o olho dos participantes na FUNCEF numa
correlação de forças com os três indicados pela patrocinadora. Segundo ele,
investimentos acima de 1% dos ativos da Fundação, mudanças nas normas, no
estatuto e no regimento dos planos passam pelo Conselho Deliberativo para
autorização. “Nada se passa ao léu. Neste formato, conquistado em 2006, o
estatuto possuía regras que neutralizavam o voto de minerva que dá, ao
presidente do CD, o poder de desempatar a votação”, afirmou.
O presidente
do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região afirmou que o
grupo de conselheiros eleitos do qual compôs tinha clareza do dinheiro ser do
participante e da participação da CAIXA como patrocinadora na gestão. “Conquistamos
a paridade em 2006, mas corremos riscos. Nosso papel enquanto representante dos
participantes é participar de todas as deliberações, inclusive, empates na
Diretoria Executiva que seguiam para o CD opinar. Sempre decidimos balizado no
melhor para o participante, pensando nos seus recursos aplicados e seus benefícios”.
Carlos
Leite, também ex-presidente da FENAG de 2007 a 2011, ratificou a posição de
Firmino: “é preponderante o papel dos conselheiros eleitos. São fiscais
dos assistidos e participantes da FUNCEF. São os olhos do dono do dinheiro. É
imprescindível os recursos serem fiscalizados por profissionais com capacidade
técnica. Logo, precisam ser, cada vez mais, comprometidos com o CNPJ da
Fundação que refletirá na segurança maior a todos os participantes e assistidos.”
Importância dos mandatos intercalados
Leite,
formado em Direito e Ciências Contábeis, pós-graduado em Direito do Trabalho,
Gestão Pública e MBA em Ciências Contábeis e Marketing, explicou que a
intercalação dos mandatos é a excelência como item condutor da transparência
das atividades da FUNCEF e de seus Conselhos. “Todas as grandes empresas que
tenham boa governança, em nível mundial, adotam os mandatos intercalado com
seus conselheiros para não sofrer solução de continuidade em seus conhecimentos
e atividades”.
Riscos
Sobre
a possibilidade de realização de eleições para os Conselhos da FUNCEF em mesmo
pleito para Diretoria Executiva, Firmino, que é formado em Ciências Contábeis
pela Faculdade de Estudos Sociais do Paraná – FESP, explicou que numa possível
mudança de diretores e conselheiros deliberativos e fiscais de uma só vez
fragilizaria todo o histórico de governança da Fundação. “A FUNCEF tem
investimentos de longo prazo, como a Vale desde 1997. Ao mudar toda a
Diretoria, os novos ingressantes não terão conhecimento do histórico da
Fundação, dos investimentos, da construção dos benefícios, das mudanças nas
normas dos planos. Por isso, é tão importante manter o mandato intercalado nos
colegiados”.
Ele defendeu
a busca pela garantia do processo eleitoral mesmo que por um “tampão”, com
menos tempo, para assegurar que a memória histórica não seja prejudicada, mas, preservada,
pois a unificação das eleições seria muito danosa para a governança do terceiro
maior fundo de pensão do País.
Redução
de Diretorias, eleições individuais e deliberações por maioria simples
Firmino
alertou sobre os riscos e prejuízos de a proposta da mudança estatutária reduzir
as Diretorias de seis para quatro, destituir candidaturas por chapas e impor decisões
por maioria dos votos.
O participante
enumerou quatro itens preponderantes que o estatuto não permitia o uso do voto
de minerva: retirada de patrocínio, mudanças estatutárias, de regulamento e de
novos planos. “A retirada de patrocínio, por exemplo, seria um prejuízo
enorme aos participantes assim como criar planos de benefícios com menos
direitos aos atuais e, muito pior, na minha opinião, a redução de Diretorias”.
Para ele, é muito provável a extinção da Diretoria de Controladoria, que
faz o controle de todos os lançamentos de investimentos e benefícios; e a
unificação das Diretorias de Investimentos e de Participações, acumulando
responsabilidades e dividindo a atenção necessária.
“Temos
de nos organizar e evitar que isso ocorra. Embora aprovado internamente, precisamos
garantir que nos órgãos de controle do sistema privado de previdência
complementar não aconteça. No momento, precisamos defender a Caixa pública, a
FUNCEF e o Saúde Caixa, três eixos centrais da nossa posição no banco”,
assevera.
Leite
também considera que as alterações estatutárias propostas trariam efeitos drásticos
e danosos a todos os participantes e assistidos da Fundação e, consequentemente,
ao CNPJ da FUNCEF, pois minimizaria debates e centralizaria poder. “É
importante termos debates construtivos para garantir bons benefícios. Concentrar
poder e minimizar debates fragiliza a governança da Fundação e deixa
os participantes e assistidos inseguros, inclusive, os novos ingressantes na
FUNCEF”.
O participante, que exerceu diversas funções na CAIXA, na rede e na Matriz, como gerente geral e nacional, e hoje é professor universitário de Contabilidade, Auditoria e Perícia Contábil, também criticou a redução de Diretorias e a eliminação do quórum qualificado: “tínhamos uma trava em pautas de grande relevância. Era preciso convencer os diretores e conselheiros eleitos a votar num projeto. Ao eliminar este mecanismo, você concentra poder. Quando presidente do CF, nunca usei o voto de minerva, pois maximizava os debates e minimizava erros, melhorando a governança. Queremos o melhor para a FUNCEF e seus participantes e assistidos”, conclui Leite.
Veja o vídeo:
FALE CONOSCO
ENDEREÇO
SRTV/Sul Edifício Palácio do Rádio II Bloco II Sala 442 - Brasília - DF - 70340-902
TELEFONE
(61) 3223-0240
EMAIL
secretaria-executiva@fenag.org.br