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19 Mar
Mulheres do Movimento - Deosinedes Mognato
Após 30 anos dedicados à CAIXA, 16 como
gestora, ela se aposentou há 3 anos. No movimento associativo gerencial, está
desde 2008. Presidiu o Conselho Deliberativo da FENAG na gestão 2018/2020 e foi
presidente da AGECEF/ES por dois mandatos, onde, hoje, compõe a Diretoria além
de atuar com Mentoria & Desenvolvimento Humano. Deosinedes Mognato, mais
conhecida como Deosa, foi umas das primeiras gestoras da CAIXA no Espírito
Santo: “É nos movimentos associativos que mulheres e homens se unem para a
construção de um ambiente de trabalho produtivo, justo e humano”.
Sobre dificuldades enfrentadas na CAIXA
enquanto gestora mulher, Deosa faz um breve resgate histórico. Quando ingressou
no banco, em 1989, em uma pequena agência de Itarana, município no interior do estado
do Espírito Santo, não existiam referências de gestoras na CAIXA ainda. “Para a
função de Caixa Executivo era difícil termos mulheres, mesmo sendo um cargo
técnico. Tínhamos colegas nomeadas em cidades maiores, porém não com a mesma
naturalidade que com colegas do sexo masculino”, relembra.
A gestora também recorda que não
existiam processos seletivos normatizados, como hoje e tudo era realizado de forma
muito empírica e subjetiva pelo gestor responsável pela nomeação ao
cargo/função vaga. “A indicação não era clara e parametrizada e, sendo em sua
maioria gestores do sexo masculino, as novas indicações ocorriam sob esta ótica.
Podemos dizer que, à época, tínhamos um machismo estruturado e não visível aos
olhos menos atentos”.
Segundo Deosa, era necessário
desenvolver uma nova forma de pensar dentro de si e, necessariamente, se juntarem
a uma luta coletiva para a gestão na CAIXA ser modernizada e implantar processos
seletivos. Tal evolução ocorreu, de forma lenta e gradual, para chegarem à
gestão de pessoas por competências, com maior clareza nos processos e
nomeações, como ocorre hoje.
“Lembro-me que, em 2001, quando assumi
por meio de processo seletivo minha primeira função gerencial, gerente de
Relacionamento, tínhamos, em todo o estado do Espírito Santo, somente duas
mulheres no cargo de gerentes gerais de agência”, relata.
Em vez de mencionar casos pontuais, ela
se atém a um olhar mais amplo, por onde afirma que foi necessário desenvolver
conhecimentos de gestão e, em especial, de sua capacidade interna que, aliados
à evolução da CAIXA em sua forma de gerir recursos humanos, permitiu, aos
poucos, irem ocupando os espaços.
“A mulher, ainda hoje, precisa, na
grande maioria dos casos, ter uma formação acadêmica robusta, aliadas à luta
diária de mostrar suas capacidades de liderança, para ocupar os espaços a que
temos direito”. Paralelo a isso, ela vê, nos colegas de sexo masculino, um
acolhimento e respeito diferenciados para com as colegas mulheres, se comparados
a outros ambientes organizacionais.
Ela afirma que, nas últimas duas
décadas, houve uma evolução e valorização da mulher no ambiente CAIXA muito
maior que no mercado, a exemplo da representante no Conselho de Administração
do banco (Rita Serrano), do sexo feminino, eleita pelos empregados com a grande
maioria dos votos que vem se destacando cada vez mais pelo excelente trabalho.
Deosa acredita que a mulher, em sua
essência, carrega consigo um olhar holístico, que busca perceber o todo. Este
olhar, aliado ao planejamento financeiro e estratégico necessários em qualquer
organização, associativa ou com fins lucrativos, colabora para um resultado
eficiente e eficaz.
“Atualmente, sabemos que gestão se faz muito
além dos números e das planilhas e que os empregados percebem como valor não apenas
salário, mas sim o que o ambiente de trabalho proporciona em suas vidas”,
defende a gestora.
Para ela, um ambiente colaborativo e
respeitoso, onde tenham homens e mulheres interagindo, proporcionará resultados
sustentáveis e perenes, bem como trará permanentemente para o ambiente da
organização, um extrato representativo da sociedade, permitindo uma
interlocução com o mercado dentro da realidade necessária à sua sobrevivência.
Deosa conta que, no início de sua carreira,
percebia muitas mulheres abrirem mão de sua essência feminina, muitas vezes,
imprimindo um estilo masculinizado, para fazerem frente e poderem assim,
evoluir em suas carreiras, mas ela não, sempre teve, em seu íntimo, que não
iria perder o melhor de si: sua essência de ser mulher, para fazer esta
trajetória no caminho da liderança.
“Colegas gestoras, se permitam viver em sua
plenitude e colaborarem para as futuras colegas encontrarem o caminho um pouco
mais pavimentado e florido. É no movimento associativo onde podemos lutar e
plantar nossas sementes que todos crescemos. A luta coletiva sempre nos proporcionou
a abertura de novos caminhos e na CAIXA pude usufruir destes”, alerta
as colegas.
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